O Mendes chefiava o Dep. de Notícias, pediu que eu produzisse algumas notícias e gravasse como teste.
Eram quase 21 horas de uma noite na década de 50, quando ele saindo da sala da superintendência da Rádio, passou pelo departamento e ouviu o que eu havia gravado. Perguntou aos três locutores e redatores que ali estavam, quem iria ler o noticiário das 21 horas. Eram Aden Rossi, Soare Amoretti e Orlando Lioto. Lembro como se fosse hoje.
Rossi confirmou: - "sou eu".
Mendes falou: - "quem vai ler hoje é esse guri aqui".
Olhou para mim e disse: -"vai".
E eu fui.
A Rádio tinha amplas instalações, era muito grande e eu recém chegado do interior, não sabia exatamente em qual estúdio seria.
Faltavam poucos minutos para entrar no ar.
No fim do corredor uma luz vermelha, sinal de que os microfones estavam ligados. Esperei que mudasse para o verde, e entrei.
Dei de cara com Candido Norberto e Eleonora de Souza. Seria algo como se hoje você entrasse no estúdio da Globo, e deparasse com Willian Bonner e Fátima Bernardes.
Tremi na base, respirei fundo e disse: - "vou ler o noticiário".
O jovem Candido disse candidamente: -"fique calmo e manda bala".
Era o "Repórter Único", concorrente do "Repórter Esso" da Farroupilha.
O nosso começava antes e terminava depois, para minar audiência da concorrente.
Lí. Saí do estúdio e estava contratado.
Arre...! Uffa...!.
Obrigado Candido por tudo que me ensinou. Que o Patrão velho, lá de riba, te de um bom lugar, e se encontrares o Mendes, diga a ele que estou bem e muito feliz. (levanta prefixo musical e tcha...tchan...tchan...tchan.. Adeus amigos. O Rádio do Rio Grande do Sul está triste, mas tenho certeza que o céu está alegre. |
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